EXPERIÊNCIAS NARRATIVAS COM O RÁDIO NA AMAZÔNIA PARAENSE: sociabilidades comunicativas dos/das pescadoras artesanais de Cametá/Pará.
Amazônia paraense; Comunicação; Cultura; Município de Cametá; Pescador artesanal.
Narrativas, mediação e produção de sentidos entre o rádio e os amazônidas. Esta é a proposta da presente pesquisa que objetiva compreender o que significa ou representa o rádio para os/as pescadores artesanais do município de Cametá, na região do Baixo Tocantins no estado do Pará, no processo comunicativo da realidade cotidiana. Entendemos que este veículo exerce ainda importante papel na Amazônia, fazendo parte das formas culturais que tecem a vida das pessoas que vivem no território, considerando que ele media as relações, oportuniza a produção de saberes, de mobilização social e é um espaço onde se produzem compreensões do mundo. A pesquisa se insere em dois importantes movimentos da comunicação, quais sejam: dos lugares de Martín-Barbero, dos quais provêm as construções que delimitam e configuram a materialidade social e a expressividade cultural; e das relações mediadas com o social, em que este tem como certa referencialidade as mídias (Couldry e Hepp, 2020). Nosso corpus de análise tem como base a Colônia Z-16, uma das maiores do Estado do Pará. A proposta metodológica foi a abordagem qualitativa com o uso da Entrevista Narrativa na escuta de 6 (seis) pescadores/pescadoras, possibilitando compreender a relação cultural e afetiva através das experiências subjetivas e das narrativas, assim como, são recepcionadas e ressignificadas. Nos nossos achados, os/as pescadores e pescadoras apresentam uma relação interativa tão importante quanto às instituições sociais, pois essa mídia possibilita expressar, sentir e afetar as ações necessárias no desempenho das atividades de pesca, assim como nas relações cotidianas consigo, com o outro e com as comunidades.