Narrativas sobre Ciência e Amazônia a partir do Jornal Folha de São Paulo
Jornalismo científico. Amazônia. Ciência. Narrativa. Folha de São Paulo.
Propomos entender quais sentidos sobre a Amazônia, essa região que é constante pauta nos media nacional e internacional, são produzidos a partir da cobertura jornalística sobre ciência, tecnologia e inovação no jornal Folha de São Paulo. Trata-se de compreender como esse jornal, o de maior audiência e circulação impressa e digital do Brasil e situado na metrópole mais rica e populosa do país, representa a região onde está localizada a maior floresta tropical do mundo. Buscamos investigar como a seção de Ciência desse periódico representa o conhecimento científico sobre a Amazônia. O texto jornalístico, nesse caso, é o produto que oferta sentidos sobre pesquisas científicas que inserem a Amazônia como lugar exótico a ser descoberto, classificado e catalogado, visto historicamente como ‘outro mundo’, distante e vazio (BUENO, 2002; COSTA, 2011; PIZARRO, 2012). Vamos investigar as estratégias discursivas de reportagens propostas pela equipe editorial do Jornal, suas dimensões simbólicas sobre o meio ambiente, flora, fauna e as populações habitantes desse que é o maior bioma do Brasil. Por jornalismo científico, adotamos o conceito de campo da Comunicação especializado em tratar temas complexos de ciência e tecnologia (BERTOLLI, 2006; CAPAZZOLI, 2002; OLIVEIRA, 2002). Para analisar a presença da Amazônia na Folha, adotamos o procedimento metodológico de análise crítica da narrativa proposto por Motta (2013), assim como a realização de entrevistas com jornalistas do referido Jornal e das Assessorias de Comunicação de Instituições de ensino e pesquisa da região Norte do Brasil. A partir do conceito de colonialidade em Mignolo e Quijano, observamos a relação centro-periferia, poder-saber e a participação reduzida de pesquisadores e instituições científicas da Amazônia nessas produções.