COMUNICAÇÃO E RESISTÊNCIA: Meios e usos da comunicação por grupos sociais atingidos pelo desastre da Hydro Alunorte em Barcarena, Pará
Comunicação. Resistências. Conflitos socioambientais. Mineração. Amazônia.
O objetivo desta dissertação é identificar e analisar os usos e meios de comunicação acionados pelos grupos sociais atingidos pelo desastre da Hydro Alunorte, em Barcarena, Pará, situado num histórico contexto de injustiça ambiental (ACSERALD, 2001) que atravessa os conflitos socioambientais na Amazônia. O que motivou nosso estudo foi o fato da cobertura midiática do desastre ambiental, denunciado pelas comunidades locais e ocorrido no início do ano de 2018, envolvendo o vazamento de rejeitos da empresa norueguesa Hydro Alunorte, líder no mercado global de alumínio, ter alcançado repercussão nacional e internacional, porém com escasso espaço para as vozes populares e locais (STEINBRENNER, GUERREIRO NETO; BRAGANÇA; CASTRO, 2020). Assim, nosso intuito, a partir de um estudo exploratório de caráter qualitativo (YIN, 2016), considerando um período de 24 meses da ocorrência do desastre, foi justamente buscar as outras vozes, usual e historicamente invisibilizadas, no sentido de compreender os processos e práticas de comunicação (FRANÇA, 2016) para resistência (PERUZZO, 1998) que marcam nesse período as ações dos grupos sociais mobilizados, no que chamamos de campo da resistência comunicativa, em reação aos impactos ocasionados pelo desastre e na defesa de direitos e de seus territórios no município de Barcarena, entendido como "zona de sacrifício" da mineracão (CASTRO, 2019).