INTERAÇÃO DAS VARIÁVEIS CLIMÁTICAS E AMBIENTAIS NA FORMAÇÃO DE MICROCLIMAS EM AMBIENTES URBANOS E RURAIS DO NORDESTE PARAENSE
Clima urbano e rural. Uso do solo. Sensoriamento remoto. Amazônia.
A globalização promoveu o aumento do êxodo rural ao longo das últimas décadas.
Esse processo causou a aglomeração de pessoas nas grandes e pequenas cidades.
Essas mudanças associadas ao uso do solo desencadeou o surgimento de
microclimas em áreas urbanas. Neste contexto, o objetivo da pesquisa foi avaliar as
condições climáticas e ambientais dos municípios de Colares, São Caetano de
Odivelas, Santo Antônio do Tauá e Vigia que compõem a mesorregião do Nordeste
Paraense. Foram utilizados dados de mudança de uso e cobertura do solo do
projeto MapBiomas, imagens de satélite AQUA/TERRA do sensor MODIS e do
Landsat 5 TM e 8 OLI/TIRS com o auxílio da plataforma Google Earth Engine, com
intuito de estimar os índices de vegetação, temperatura de superfície terrestre e
ilhas de calor de superfície entre 1990 e 2020. Dados observados de temperatura do
ar, umidade relativa do ar e precipitação foram coletados no projeto “Entendendo a
variabilidade do clima regional no Nordeste Paraense” no período de janeiro a
dezembro de 2010. Os resultados mostraram um aumento populacional nos quatro
municípios de 1990 a 2020, o que desencadeou a redução de diversos fatores como
a vegetação natural e a qualidade dos fragmentos de vegetação. Além disso, o
aumento populacional promoveu o aumento da temperatura de superfície e na
formação de ilha de calor de superfície. A temperatura do ar teve baixa variação ao
longo do ano, mas a precipitação apresentou um comportamento heterogêneo
caracterizada pelo período chuvoso e menos chuvoso. O índice de conforto térmico
foi classificado como parcialmente confortável em áreas rurais e desconfortável nas
áreas urbanas. Foi possível concluir que o microclima urbano mudou nos últimos 30
anos. Além disso, as mudanças climáticas podem promover a intensificação dessas
alterações. Assim, as análises das variáveis meteorológicas e ambientais de forma
interdisciplinar podem auxiliar no gerenciamento da paisagem dos municípios de
forma a mitigar os efeitos das ilhas de calor e manter a qualidade de vida da
população.