EVENTOS DE PRECIPITAÇÃO NA AMAZÔNIA CENTRAL: RELAÇÃO COM A TERMODINÂMICA E A QUÍMICA DA ATMOSFERA.
Intensidade da Precipitação; Downdrafts; Ozônio troposférico; Amazônia.
Entre os anos de 2015 a 2019 ocorreram 1.137 Eventos de Precipitação (PE) no sítio experimental do projeto ATTO, localizado na região central da Amazônia. A classificação desses eventos foi feita conforme sua intensidade que variou de 1.7 mm/h (PE tipo fraco) a 80 mm/h (PE tipo extremo). A maior parte desses PE foi classificada como do tipo forte (44%), produzindo 53% do volume anual de chuva na região. A distribuição das diferentes classes dos PE é sazonalmente bem definida, sendo que os PE do tipo moderado e fraco são mais frequentes durante a estação chuvosa, enquanto na estação seca predominam os PE do tipo forte e extremo. Os PE são mais duradouros na estação chuvosa e mais intensos na estação seca. Os cenários de PE estão associados a perturbações nos parâmetros meteorológicos e na química da atmosfera, de acordo com as classes de intensidade desses eventos. A redução considerável da temperatura potencial equivalente e da umidade específica do ar, além do aumento abrupto dos valores de velocidade do vento são alguns dos principais efeitos dos PE sobre o ambiente. Padrões de cobertura de nuvens relacionados às distintas classes de PE respondem, em grande parte, pelas mudanças no campo de temperatura e umidade e principalmente pelas anomalias nas concentrações de O3 e do CO2. Além disso, os PE estão associados a variações importantes nas concentrações ambientais de O3 e CO2 próximo a superfície. Durante os PE fracos a concentração média de O3 é de 9,0 ppb, enquanto que para os PE extremos chega a um valor médio de 15,0 ppb. As implicações dos PE sobre as concentrações ambientais de O3 e CO2 são observadas não apenas no decorrer da precipitação, mas também no período anterior e posterior a ela.