AVALIAÇÃO DO RISCO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DOS MANGUEZAIS AMAZÔNICOS DA COSTA ATLÂNTICA.
Floresta de mangue. Biomassa Acima do Solo. Temperatura. Precipitação.
Os manguezais amazônicos estão sujeitos a diversos impactos climáticos, demandando
ações de conservação e adaptação. Os objetivos deste trabalho é avaliar a
vulnerabilidade das Unidades de Conservação (UCs) dos manguezais amazônicos as
mudanças climáticas, fornecer dados de previsão climática para a região e analisar se as
UCs estão desempenhando efetivamente seu papel de proteção desses ecossistemas.
Para alcançá-los, foi utilizado dados do MapBiomas para delimitar a área de mangue,
dados do World Database on Protected Areas (WDPA) para identificar as UCs dentro
dos manguezais, dados do WorldClim para obter informações sobre a temperatura
média anual (BIO1) e a precipitação acumulada (BIO12), e dados de Biomassa Acima
do Solo (ESA). O processamento foi realizado no software ArcGIS, Qgis e Rstudio. Os
resultados revelaram uma tendência de aumento da temperatura ao longo do tempo,
enquanto a precipitação acumulada apresentou uma tendência de redução entre
diferentes cenários e períodos. Esses padrões indicam que os manguezais sob proteção
podem enfrentar até o final do século um contínuo aumento da temperatura e uma
redução na precipitação. A temperatura mais elevada contribui para o aumento da
disponibilidade de energia, desempenhando um papel fundamental na regulação da
evapotranspiração nas florestas de mangue. Por outro lado, a redução na precipitação
tem um impacto negativo na salinidade, produtividade, crescimento e diversidade das
espécies de mangue. O estudo também avaliou as UCs que protegem as florestas de
mangue na região amazônica, juntamente com a biomassa acima do solo (AGB) que
representa a quantidade de carbono armazenada nas árvores. Os resultados mostraram
que 80,2% dos manguezais estão inclusos em UCs, com maior proteção no estado do
Maranhão, seguido pelo Amapá e Pará. No entanto, observou-se uma variação na AGB
entre os estados avaliados, com aumento para o Amapá e Pará e diminuição para o
Maranhão. É fundamental implementar medidas de gestão e conservação mais eficazes
para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas nesses ecossistemas
costeiros.