As faces do sindicalismo cutista em Belém do Pará: a trajetória e os embates internos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) (1980-1990)
.
Esta dissertação tem por objetivo analisar a trajetória da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na capital paraense, Belém, e as discussões e ações das suas principais correntes internas. Sabe-se que, em contexto nacional, a CUT desde o seu projeto inicial, dado ainda em 1978/79, com as greves dos trabalhadores do ABC paulista, manifestaram-se no seu interior diferentes correntes sindicais. Antes da sua fundação em 1983, duas eram as vertentes sindicais que lutavam pela hegemonia na construção de uma Central Sindical no país: as Oposições Sindicais/Autênticos (que em ação conjunta, por certo tempo, lutaram para tomar as direções sindicais dominadas por sindicalistas pelegos) e a Unidade Sindical. No Pará, essa relação dicotômica também se estabeleceu e a partir da atuação das Oposições Sindicais/Autênticos, paulatinamente, observamos a conquista das direções dos principais sindicatos urbanos em Belém, como os Gráficos, os Rodoviários, os Bancários, entre outros. Consequentemente, a partir dessa mobilização, pudemos observar a constituição da CUT Pará, em 1984. Vale ressaltar que falar sobre o movimento sindical no campo não é o objetivo deste trabalho, entretanto é necessário frisar que o crescimento da CUT no Pará caracterizou-se por uma adesão maior às ideias cutistas no âmbito rural, mas a ação nos centros urbanos também foi singular. Além da análise da produção historiográfica pertinente para os objetivos e recorte do tempo histórico da nossa pesquisa, os principais recursos metodológicos para o desenvolvimento da nossa pesquisa serão o estudo de fontes hemerográficas ― principalmente o jornal Resistência e periódicos de Belém ―, a análise da documentação nacional e estadual da Central Única dos Trabalhadores e a História Oral.