Fabricação e comércio de madeiras na capitania do Pará da segunda metade do século XVIII e início do XIX
Fabricação de madeiras; comércio de madeiras; colonização da Amazônia; urbanização; século XVIII.
.O potencial da vasta cobertura florestal do Estado do Grão-Pará e Maranhão, região que abarca a maior parte do território da atual Amazônia brasileira, gerou interesse desde cedo ao colonizador europeu. A partir de meados do século XVIII a documentação do período registra uma intensa atividade de produção de madeiras na capitania do Grão-Pará, produzidas em fábricas instaladas nas proximidades dos rios Moju, Acará, Igarapé-Miri, Abaetetuba, Barcarena, vila do Conde, Maguari e Caraparú. Apesar de percebida desde cedo, o tema ainda tem sido pouco visitado pela historiografia. Esse estudo busca analisar essa intensa fabricação de madeiras na capitania e sua intrínseca participação no processo de colonização. Argumentamos que a atividade madeireira favoreceu o processo de colonização na capitania do Grão-Pará, sendo evidente a sua utilização no abastecimento dos Arsenais Reais da Marinha e do Exército na Corte, bem como esteve presente nos diversos aspectos da vida dos moradores como na construção de casas, móveis e embarcações, principal meio de circulação de pessoas e mercadorias naquele período.