História, ciência e natureza na política ilustrada de D. Rodrigo de Sousa Coutinho para o meio-norte da
América Portuguesa (1796-1801)
Ciência; Ilustração; Império Português; Rodrigo de Sousa Coutinho
A ciência foi elemento importante na construção política do Império Português no
século XVIII. Seria por meio desse conhecimento que as potencialidades econômicas da
natureza das possessões seriam avaliadas, no intuito de desenvolver o comércio em
benefício da Coroa. Compreende-se assim que a ciência era um instrumento colonial
útil para manter a união entre o centro europeu desse Império com suas demais porções
no Globo, especialmente com os Estados coloniais na América Portuguesa, assegurando
territórios e desenvolvendo projetos para atingir economicamente os demais impérios,
sobretudo para competir em mercados já estabelecidos. Seriam objetos desse
conhecimento a fauna, a flora e os minerais, e para tanto foram enviados homens
gabaritados para tais pesquisas, adentrando os sertões em busca de espécimes novos e
avaliando os já conhecidos. A agricultura também fazia parte desse rol de estudos, no
interesse em expandir a produção. Caso exemplar desse tipo da simbiose entre política e
ciência foi o do Dom Rodrigo de Sousa Coutinho no período em que era ministro da
Marinha e do Ultramar (1796-1801). Pela formação acadêmica e conjuntura em que tal
indivíduo estava envolvido, nota-se a atenção que ele dedicou à natureza. Como estudo
de caso, a tese se foca nos Estados do Maranhão e do Piauí. O objetivo desse trabalho é
apresentar como a visão política, por meio da ciência na administração de Dom Rodrigo
de Sousa Coutinho, tinha como projeto inserir o Maranhão e o Piauí no comércio
internacional.