NOS SERTÕES DA PROVÍNCIA DO GRÃO-PARÁ: ESCRAVIDÃO, ENGENHOS, ENGENHOCAS E ATIVIDADES ECONÔMICAS NO OITOCENTOS (1810-1850).
Escravidão negra; propriedade agrícola; trabalho; história da Amazônia.
A pesquisa tem como objetivo principal investigar as propriedades agroextrativistas, sobretudo os sítios, os engenhos e engenhocas, utilizando como pano de fundo a escravidão negra. Em decorrência desse objetivo analisar-se-á a estrutura de posse de cativos, empenhando-se em desvendar o universo das propriedades agrícolas dos quais esses sujeitos eram elementos fundamentais. Em vista dessa finalidade, irei traçar o perfil dos senhores escravistas, dos escravos e das propriedades, desvendando as atividades realizadas em seus interiores que de antemão são peculiares, isto é, próprias da região Norte desse imenso país. O locus da pesquisa é o mundo rural amazônico, aqui chamado de sertão. Entende-se por sertão as regiões interioranas da província que margeavam as cercanias de Belém, sendo destacadas as localidades que compunham a Zona Guajarina (Belém, Acará, Capim, Bujaru) e o Baixo Tocantins (Cametá, Moju, Abaetetuba e Igarapé-Miri), em virtude de serem nesses espaçosmais tradicionais que se consolidou as atividades agrícolas. Espaço complexo, heterogêneo e plural. Das propriedades investiga-se as atividades produtivas e os meios pelo qual se produzia, técnicas, ferramentas, mão-de-obra. Do produto dos engenhos e engenhocas, se enfatiza o papel da produção de cachaça de cana e aguardente; em paralelo às atividades ligadas ao abastecimento provincial e ao mercado externo. Utiliza-se como fonte principal os inventários post-mortem, de forma complementar os testamentos, relatos de viajantes, fontes do arquivo histórico ultramarinos e os jornais.