"[...] vamos com o seculo"? A recepção da modernidade filosófica, modernização e modernidade política nas páginas do Synopsis Ecclesiastica (1848-1849) e d’A Trombeta do Sanctuario (1851-1854)
Ultramontanismo. Impresnsa, Modernidade. Bispo.
Ir ou não ir com o século, eis a questão. Este trecho de um artigo intitulado NECESSIDADE DA RELIGIÃO PARA A FELICIDADE PUBLICA, publicado no Synopsis Ecclesiastica em 1849, no qual o autor discorre sobre os riscos que a sociedade correria pela difusão da máxima "ir com o século",5 propagada por representantes das "más doutrinas", nos serve como síntese para entender o tipo de relação ambivalente com que a imprensa ultramontana oitocentista travou com a modernidade. Nele estão presentes alguns elementos que compuseram um tipo de consciência coletiva sobre a modernidade oitocentista e um tipo mais específico de consciência, adstrita ao grupo católico conservador. A vertigem diante da força destruidora da modernidade foi mais ou menos comum a todos que naquela época presenciavam ou recebiam as notícias sobre as aceleradas transformações pelas quais passava o mundo. Contudo, diferentemente dos entusiastas do progresso, a Igreja adotou uma postura mais desconfiada e, em certos pontos, intransigentes quanto a elas.