TERRAS DE MANDO, DOMÍNIO DO PATRONATO NO PARÁ: A grande propriedade e o Núcleo Sindical da Região do Tocantins.
Patronato Rural. Núcleo do Tocantins. Descentralização. Perfil Social.
A presente dissertação é direcionada ao estudo do patronato rural no Estado do Pará com abordagem específica sobre o Núcleo do Tocantins que junto com outros nove núcleos regionais corporificam a presença da Federação da Agricultura do Estado do Pará – FAEPA em quase todos municípios do vasto território paraense. O estudo busca compreender as motivações que levaram à criação do Núcleo. Para essa compreensão foi necessário abordar um a história da FAEPA no Estado e as motivações que induziram seu processo de descentralização, momento em que a Federação estende seus “tentáculos” para o interior do Estado. A descentralização ocorreu como estratégia para conter o avanço das organizações dos movimentos sociais, em especial o Movimento dos Sem-Terra - MST que cotidianamente lutam pela posse da terra no interior da Amazônia. A criação do Núcleo meses depois do Massacre de Eldorado dos Carajás, reforça a tese de que a classe patronal rural do Tocantins resolveu se fortalecer para fazer front a tais movimentos sociais. Através de documentações produzidas por estes núcleos e entrevistas com agentes envolvidos neste processo foi possível entender que esse avanço em direção ao nordeste paraense causou certo “temor”, gerando “medo” do “fantasma” – invasões que rondavam o setor rural paraense. Este estudo demonstra também a forma como o Núcleo está dividido do ponto vista da produção no campo, evidenciando as diferenças e semelhanças entre os municípios que constituem no Núcleo do Tocantins. A partir desse levantamento foi possível delinear o perfil social da classe patronal rural que compõe o Núcleo e como estão distribuídos e organizados em torno do setor produtivo no campo.