ARTE EM BELÉM, DO ABSTRACIONISMO À VISUALIDADE AMAZÔNICA (1957-1985): TRANSIÇÕES MOVEDIÇAS E TENSÕES GLOBAIS
História da arte contemporânea. Arte brasileira. Campo artístico em Belém. Amazônia.
Esta pesquisa trata das artes visuais no campo artístico especializado em Belém, especialmente no período compreendido entre 1957 e 1985. Esse período marca, na cidade, o contato e a absorção de valores e práticas das correntes artísticas internacionalistas, como o abstracionismo modernista, as vanguardas pós-modernas e a chamada arte contemporânea. O modo como o campo local estabeleceu relações de abertura e resistência a essas correntes é estudado a partir das teorias da colonialidade. Habitualmente, as décadas de 1960 e 1970 são vistas como o momento em que a arte contemporânea se estabeleceu mundialmente, por isso essa tese pode ser entendida como uma narrativa de ‘história da arte contemporânea’. Em Belém, a consolidação desse paradigma artístico foi vivenciada a partir de transições movediças – lentas, descontínuas e vacilantes – em que houve uma evidente disputa entre valores globais e práticas locais. As tensões entre ‘global’ e ‘local’, na arte produzida na cidade nesse período, condicionaram o surgimento de projetos artísticos importantes e ainda pouco conhecidos e debatidos. Para muitos desses projetos, as ideias e imagens de Amazônia eram componentes fundamentais – tema que pode acrescentar novas informações e abordagens ao debate sobre ‘arte brasileira’ naquelas décadas.