Redes de informação e conhecimento no Vale Amazônico: Índios e a História Natural (XVIII-XIX)
História indígena, História das ciências, redes de conhecimento, História Natural, Amazônia colonial.
Como os povos indígenas participaram das redes de conhecimento construídas no século XVIII no Vale Amazônico? Qual o lugar deles e de seus saberes na construção do conhecimento do período? Foram somente informantes? Como esse saber nativo, no contexto da ilustração e de sua manifestação na Amazônia portuguesa foi considerado e incorporado? Esses são alguns dos questionamentos que norteiam a escrita da tese e que procuro responder ao longo dos capítulos. A tese pretende demonstrar de que forma os indígenas foram integrantes de redes de conhecimentos e como seus saberes fizeram parte de distintas fases (coleta, preparo, envio, por exemplo) que existiram para a exploração da fauna e flora do norte da américa portuguesa.
Além dos distintos sujeitos que estavam envolvidos nesse universo, e fartamente destacados pela historiografia, entre eles filósofos naturalistas, viajantes, militares, agentes administrativos, entre outros, os povos indígenas do vale amazônico foram uma das principais peças de uma engrenagem que envolvia a circulação de saberes e produção de conhecimentos. Foram informantes, coletores, mestres, transportadores, contrabandistas, espiões, fizeram parte de complexas redes que envolviam a circulação, usos e apropriação de distintos conhecimentos necessários para tal indústria.