“Partindo mais ou menos pobre, voltando mais ou menos rico”: A emigração de aveirenses ao Pará
(1882-1918)
imigração portuguesa, desterritorializações, borracha, pesca, trajetórias,
Pará
O presente trabalho analisa a emigração de portugueses, naturais do Distrito de Aveiro, ao
Pará entre os anos de 1882 e 1918, com o qual o Pará manteve longos períodos de afinidades.
A temporalidade sobre a qual desenvolvemos as análises é marcada por diversos e
significativos movimentos de desterritorialização das populações mundiais, especialmente a
europeia, conjugados ao desenvolvimento socio econômico do continente americano – e
notadamente o regional, no Pará –, reestruturações permissivas à emigração e igualmente
alinhadas aos interesses particulares dos emigrantes. Partindo do uso de fontes privilegiadas e
ainda pouco utilizadas na historiografia regional – os registros de passaportes –, pudemos não
apenas quantificar essa emigração, analisando-a sobre o prisma de outros contextos nacionais
como São Paulo e Rio de Janeiro, como também qualificar os emigrados, dentro de suas
naturalidades, formação profissional, condição matrimonial, faixa etária e instrução. Tendo o
nome como fio condutor, rastreamos diversas trajetórias que materializaram os infortúnios e
os sucessos no processo migratório. Condições aprofundadas no estudo da trajetória dos
irmãos Amador Leite no Pará que, em uma série de solidariedades e animosidades, abalizaram
a história da imigração portuguesa na região, retrataram a pluralidade em torno desse grupo e
reforçaram a diversidade como marca das sociedades amazônicas.