Arautos da civilização: Circuito De Livros De História Pátria No Pará (1890-1920)
Circuito de Comunicação; Livro escolar; História Pátria; Pará Republicano
Este trabalho de tese, que está inserido no campo da História da Educação, na História do Livro, e na História do Livro Escolar e das Edições Escolares, tem como preocupação investigar o circuito de comunicação do livro escolar paraense republicano, sobretudo, livros de História, Geografia, Educação Moral e Cívica e Livros de Leitura com conteúdo de História Pátria, que circularam no ensino público primário, nos grupos escolares e escolas isoladas do interior e da capital, no final do XIX e primeiras décadas do XX. O Circuito dos livros a Pátria Brasileira (1905) e Mosaico Infantil de Virgílio Cardoso de oliveira, Paraenses Illustres (1896 e 1900) de Raymundo Cyriaco Alves da Cunha, Noções de Educação Cívica (1898) e Alma e coração (1900 e 1905) de Hygino Amanjás e Noções de História Pátria (1920), de Silvio Nascimento e Raymundo Proença, foram estudados a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da História do Livro e da Leitura e dos estudos de Robert Darnton (1990; 2010) e Roger Chartier (1999, 2007;2011), das pesquisas empreendidas sobre História do Livro e das Edições Escolares feitos por Alain Choppin (2009;2004). Seguindo as trilhas da sua produção, edição, prescrição, mecanismos regulatórios para sua seleção, aquisição e distribuição pelo estado, e seus possíveis usos no projeto de escolarização republicano em curso, bem como o entendimento das contradições que permearam esse percurso, por meio das práticas dos sujeitos desse processo, autores, livreiros, livreiros-editores, a oficialidade (diretores do ensino primário, membros do Conselho Superior de Instrução Pública, diretores dos grupos escolares e inspetores), alunos e professores das escolas primárias paraenses. Tem-se em vista o lugar ocupado pelo livro escolar com conteúdo pátrios, e a dimensão da resistência ao projeto hegemônico de escolarização no Pará republicano.