Na "pátria das sublevações": descontentamento e revoltas da gente de guerra no sertão do rio Negro (1754-1777)
Revoltas; Soldados; Descontentamento; Amazônia; Rio Negro; Século XVIII
A presente dissertação volta-se para o estudo do processo de militarização do rio Negro, no noroeste da capitania de São José do Rio Negro, durante o reinado de D. José I (1751-1777). Trata-se, portanto, da problemática em torno dos fatores e das manifestações do descontentamento de soldados (e, por vezes, outros praças) que compunham as tropas pagas destacadas em guarnições ao longo do rio Negro. A partir de 1754, o processo de militarização deste rio obteve notoriedade diante da ocupação, defesa e demarcação das áreas de fronteiras entre o Estado do Grão-Pará e Maranhão (mais tarde, Grão-Pará e Rio Negro) e do Vice-Reino da Nova Granada. Em decorrência deste contexto geopolítico, manter e prover os corpos militares em áreas de fronteiras tornou-se necessário e, ao mesmo tempo, um desafio à Coroa portuguesa, implicando significantemente no cotidiano das tropas pagas; por outro lado, os soldados manifestavam seus descontentamentos com as crises de seu tempo por meio das revoltas; a articulação entre estes dois aspectos do processo de militarização do rio Negro é uma tentativa de compreender as várias interseções entre soldados e a sociedade amazônica colonial. Vale ressaltar que, juntamente às deserções e saques, as revoltas da gente de guerra tornaram-se uma das principais e mais recorrentes manifestações do descontentamento da “gente de guerra” na guarnição da capitania do Rio Negro. Para o cumprimento desta abordagem, houve uma incursão em acervos nacionais e internacionais, examinando correspondências entre autoridades da capitania do Rio Negro, do Estado do Grão-Pará e Maranhão (mais tarde, Grão- Pará e Rio Negro) e da metrópole.
A presente dissertação volta-se para o estudo do processo de militarização do rio Negro, nonoroeste da capitania de São José do Rio Negro, durante o reinado de D. José I (1751-1777).Trata-se, portanto, da problemática em torno dos fatores e das manifestações dodescontentamento de soldados (e, por vezes, outros praças) que compunham as tropas pagasdestacadas em guarnições ao longo do rio Negro. A partir de 1754, o processo de militarizaçãodeste rio obteve notoriedade diante da ocupação, defesa e demarcação das áreas de fronteirasentre o Estado do Grão-Pará e Maranhão (mais tarde, Grão-Pará e Rio Negro) e do Vice-Reinoda Nova Granada. Em decorrência deste contexto geopolítico, manter e prover os corposmilitares em áreas de fronteiras tornou-se necessário e, ao mesmo tempo, um desafio à Coroaportuguesa, implicando significantemente no cotidiano das tropas pagas; por outro lado, ossoldados manifestavam seus descontentamentos com as crises de seu tempo por meio dasrevoltas; a articulação entre estes dois aspectos do processo de militarização do rio Negro é umatentativa de compreender as várias interseções entre soldados e a sociedade amazônica colonial.Vale ressaltar que, juntamente às deserções e saques, as revoltas da gente de guerra tornaramseuma das principais e mais recorrentes manifestações do descontentamento da “gente deguerra” na guarnição da capitania do Rio Negro. Para o cumprimento desta abordagem, houveuma incursão em acervos nacionais e internacionais, examinando correspondências entreautoridades da capitania do Rio Negro, do Estado do Grão-Pará e Maranhão (mais tarde, Grão-Pará e Rio Negro) e da metrópole.