O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DO CAMPO NA PRODUÇÃO DO
ESPAÇO AGRÁRIO, APÓS A INSTALAÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE
BELO MONTE EM ALTAMIRA (PA)
Espaço racional. Contraespaço. Movimentos sociais.
O município de Altamira, no Estado do Pará, passa por transformações socioespaciais,
profundas, após a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, constituindo-se como um
espaço da racionalização do capital, a partir dos objetos técnicos utilizados como mecanismo
para barrar o Rio Xingu e assim, gerar energia. O espaço racional produzido após a UHE de
Belo Monte está diretamente ligado à ordem espacial hegemônica, que dita regras e normas
espaciais devastando a natureza e impondo relações desiguais. Assim, a região do Xingu é
afetada por mecanismos que trazem consigo um grande impacto ambiental juntamente com
uma enorme desigualdade social e espacial após a instalação deste objeto técnico. Portanto,
buscou-se a compreensão, a partir desta reflexão, sobre o papel dos movimentos sociais na
conjuntura da consolidação e do cumprimento das condicionantes no espaço agrário de
Altamira, constituindo-se como agentes de contestação da ordem hegemônica no espaço, na
formação do “Contraespaço” que se concretiza a partir da organização da sociedade civil em
busca de direitos no espaço agrário de Altamira (PA).