PRODUÇÃO DO ESPAÇO E ESTRUTURAÇÃO: UMA ANÁLISE DA VIDA COTIDIANA NOS DIFERENTES ASSENTAMENTOS URBANOS DE CASTANHAL/PA
Produção do espaço; Estruturação; Assentamentos urbanos; Vida cotidiana.
Compreende-se que a cidade não se caracteriza enquanto um molde pronto e acabado, apenas servindo como um palco para a atuação da sociedade, pelo contrário, é reflexo das relações sociais nela existentes. Embasado na ideia de que o espaço é uma ‘condição’ para que a natureza e sociedade existam, um ‘meio’ para que esta se reproduza e ao mesmo tempo ‘produto’ de suas ações e transformações (LEFEBVRE, 2008), consideramos o espaço urbano dinâmico, produzido por diferentes agentes e em constante processo de estruturação. Embasado nessas afirmações, o presente trabalho tem como objetivo principal compreender o processo de produção do espaço urbano de Castanhal/PA a partir de diferentes espaços de assentamentos, analisando a expansão territorial e os efeitos na vida cotidiana da população. A cidade faz parte da Região Metropolitana de Belém – RMB, mas ainda assim possui uma centralidade própria, polarizando quatorze cidades ao entorno, segundo o estudo da REGIC 2007 (Região de Influência das Cidades) e se caracterizando como um Centro Sub-regional A. Essa dual dinâmica apresentada por Castanhal resulta do seu processo histórico de formação que ajudou a destacar a cidade enquanto centro, segundo Ribeiro (2017) foram eles: a construção da Estrada de Ferro de Bragança – EFB; a substituição da EFB e a implantação da BR-316; e, posteriormente, pela sua inserção na RMB em 2011. Dessa maneira, cada processo que foi destacado contribuiu para a organização das formas espaciais de Castanhal, resultando na complexidade urbano-regional em que ela hoje se apresenta, como por exemplo, a estruturação dos espaços de assentamentos urbanos, produzidos por diferentes agentes, sendo alguns deles: o Estado, implantando as construções pelo Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV; o capital privado empresarial, com os empreendimentos de médio e alto padrão, como os grandes condomínios fechados; e a população de baixa renda, que organiza suas moradias a partir da autoconstrução, caracterizados em áreas de assentamentos precários. Podemos verificar, a partir da análise da estruturação desses empreendimentos, o intenso processo de produção do tecido urbano da cidade composto pela lógica de atuação e espacialização desses agentes, que apesar de atuarem em áreas próximas, modificam e estruturam esse espaço de maneira diferenciada, procura-se, então, analisar esse processo e os efeitos na vida cotidiana dos moradores.