DESTERRITORIALIZAÇÃO ECONÔMICA E PRODUTIVA NO MARAJÓ: ANÁLISES GEOGRÁFICAS NO MUNICÍPIO DE BREVES PÓS-DECLÍNIO DA ATIVIDADE MADEIREIRA (2000-2015)
estrutura social, política e econômica, espaço amazônico.
Atualmente no Brasil, são marcantes as pressões, restrições impostas por vários órgãos e demais segmentos da sociedade mundial, com vistas a reduzir o uso predatório dos recursos vegetais, contudo, ainda é bastante notória a exploração desses recursos, sendo, assim, uma das grandes responsáveis por grandes áreas desmatadas. Sem fazer apologias ao uso indiscriminado de produtos florestais madeireiros, mas, tal atividade foi e ainda é a base de sustentação e de mercado para diversos segmentos da economia (do local ao mundial). Diante disto, Marin e Santos (2002) compreendem que mercados se formam em virtude das relações sociais entre os próprios produtores e muitas vezes expõem a vulnerabilidade de comunidades que radica na falta de perspectiva de direito ao próprio território.
Por muitas décadas, a atividade madeireira figurou, e ainda figura, entre as principais atividades a nível regional e nacional, isto devido à grandiosidade e a diversidade ainda existente numa das maiores florestas do mundo, a Amazônica. Vários foram os incentivos e políticas, principalmente a partir da segunda metade do século XX pautadas nas políticas de ocupação e concretizadas através da instalação dos grandes projetos de colonização e mineração, embasadas e adotadas pelo Estado, pois é o próprio governo que passa a viabilizar e subsidiar a ocupação das terras à frente da expansão pioneira (BECKER, 1990), e que, assim, contribuíram para que tal atividade se tornasse uma das grandes responsáveis pela organização espacial e pelo ordenamento territorial da Amazônia.
Propõe-se nesta pesquisa, analisar os fatores que contribuíram para o processo de transformação/alteração na estrutura social, política e econômica de uma parte do espaço amazônico e objeto de estudos desta, o município de Breves (Marajó-Pará), que teve, há algumas décadas, como principal responsável pela (des)estruturação de seu espaço: a atividade extrativista vegetal. Contudo, é necessário assinalar que outras atividades economicamente rentáveis, mas sempre de cunho extrativista, já tiveram papel importante no desenvolvimento socioeconômico do município em estudo, para o desenvolvimento destas atividades, inúmeros foram os imigrantes que viram neste município oportunidades para ingressarem no mercado de trabalho sendo absorvidos grande parte desta população, assim, os numerosos munícipes que juntos se configuraram como atores envolvidos no processo de produção da referida atividade.