(CONS)CIÊNCIA E (TRANS)FORMAÇÃO AMBIENTAL NA GESTÃO ESCOLAR: UM OLHAR SOBRE ESCOLAS MUNICIPAIS DE ARACAJU
Educação Ambiental. Escola. Gestores. Metodologias ativas. Percepção.
A problemática ambiental contemporânea apresenta desafios interligados, que exigem ações urgentes e abordagens sustentáveis para garantir a proteção e a conservação/preservação do meio ambiente, além de promover uma coexistência harmoniosa entre os seres humanos e a natureza. No entanto, até o século XX, a questão ambiental não era considerada uma prioridade global ou regional. Foi apenas a partir da década de 1960 que o movimento ambiental ganhou força, impulsionado pelo relatório "Os Limites do Crescimento Econômico", fruto do debate do Clube de Roma (1972). Esse documento pioneiro alertou sobre os impactos catastróficos caso não houvesse uma mudança nos paradigmas econômicos e políticos, provocando uma reflexão profunda sobre as práticas socioeconômicas adotadas na época. A Educação Ambiental (EA) emergiu como uma resposta educacional para conscientizar globalmente sobre os desafios ambientais, estabelecendo-se como um campo de ação pedagógica essencial desde então. Apesar dos esforços, a EA ainda não alcançou seu potencial máximo como uma ferramenta eficaz na mitigação dos problemas ambientais e sociais. No Brasil, especificamente, a implementação da EA nas escolas ainda é incipiente e fragmentada, necessitando de uma avaliação crítica de sua aplicação prática e sua conexão com a realidade social. No contexto brasileiro, a EA precisa enfrentar desafios significativos, especialmente em regiões como o Nordeste, incluindo a cidade de Aracaju, onde fatores socioeconômicos e ambientais complexos interagem e se espraiam continuamente. A inserção efetiva da EA nas escolas de Aracaju é importante para enfrentar esses desafios locais, promovendo a conscientização sobre a fragilidade socioambiental e incentivando práticas sustentáveis. Por isso, esta tese investiga práticas de gestores escolares na rede municipal de ensino de Aracaju, em relação à Educação Ambiental. Além disso, busca-se subsidiar, por meio de metodologias ativas, abordagens que fortaleçam a integração dessas práticas e promovam a formação de cidadãos conscientes e engajados com a sustentabilidade ambiental. Essa pesquisa visa não apenas identificar lacunas na implementação da EA, mas também sugerir estratégias para fortalecer seu papel transformador na educação para um desenvolvimento humano sustentável e na promoção de uma convivência mais equilibrada entre sociedade e natureza. A pesquisa realizada em Aracaju revela desafios na implementação da Educação Ambiental nas escolas municipais. Apesar da alta taxa de escolarização (97,4%), disparidades estruturais afetam a qualidade educacional, especialmente em áreas periféricas, como Lamarão e Soledade, que carecem de infraestrutura adequada e áreas verdes. A gestão educacional enfrenta obstáculos, como a falta de capacitação de professores e a fragmentação das iniciativas educativas. A integração de metodologias ativas no currículo é recomendada para engajar os alunos de forma colaborativa e prepará-los para desafios socioambientais. A pesquisa enfatiza a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura, formação de professores e engajamento comunitário para uma educação mais inclusiva e contextualizada. Essas medidas são essenciais não apenas para atender metas normativas, mas também para formar cidadãos conscientes e responsáveis, promovendo um futuro sustentável e equitativo em Aracaju.