Geograficidade e espacialidade urbanas na Amazônia: o caso das juventudes reassentadas em Altamira-PA com a
construção da UHE Belo Monte.
Amazônia; Deslocamento Compulsório, Segregação Socioespacial, Resiliência, Temporalidades.
A tese analisa as condições de vida das juventudes reassentadas, afetadas pelo deslocamento
compulsório causado pela Usina Hidrelétrica Belo Monte na Região de Integração do Xingu,
Pará, Amazônia. O estudo revela a complexidade das mudanças e dos desafios enfrentados pelos
jovens e oferece insights, caso outros projetos parecidos sejam projetados para e na região. O
deslocamento compulsório resultou na ruptura de laços materiais e imateriais com seus antigos
territórios, levando a reconfiguração das dinâmicas espaciais. No entanto, esses jovens têm
demonstrado resiliência, construindo múltiplas identidades e subjetividades para contornar as
desigualdades socioespaciais. Embora os reassentamentos ofereçam instalações físicas melhores,
a segregação socioespacial persiste, e os jovens continuam enfrentando desafios em seu
cotidiano. A pesquisa destaca a importância de se considerar não apenas a infraestrutura física,
mas também as dimensões econômicas, sociais e culturais na concepção de projetos dessa
natureza. Um aspecto crítico é a necessidade de considerar as múltiplas temporalidades
envolvidas nesses processos, reconhecendo que cada jovem reassentado possui trajetória e
experiências únicas. A tese aponta para a importância de uma abordagem holística e
interdisciplinar na análise dos impactos dos grandes projetos na região, com foco no bem-estar
das comunidades locais, especialmente das juventudes que enfrentam desafios reais e
significativos na construção de suas espacialidades urbanas. O estudo revela diversos aspectos
das juventudes nos Reassentamentos Urbanos Coletivos (RUC) Jatobá e Laranjeiras, destacando
suas interações com os diversos espaços da cidade de Altamira-PA, como mercado de trabalho,
práticas ribeirinhas, espaços urbanos, movimentos sociais, maternidade, assistencialismo
governamental, criminalização e violência.