Patrimônio alimentar e identidade territorial na Amazônia paraense: uma perspectiva
geográfica da farinha de mandioca na bragantina.
Palavras-chave: Patrimônio alimentar; Geografia do alimento; Farinha d’água; Identidade
territorial.
Este relatório de projeto de tese de doutorado em geografia expõe o desenvolvimento da
pesquisa em andamento no Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade
Federal do Pará com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior – Brasil (CAPES). Sendo dividido em duas partes – a primeira será apresentada - (as
atividades acadêmicas realizadas ao longo dos dois primeiros anos: 2022 e 2023). A segunda
parte compreende em um esboço da estrutura do projeto de tese, delineando discussões da
fundamentação teórica, hipótese, problemática, objetivos da pesquisa, bem como a
metodologia com o propósito de mostrar o estado da arte da tese. Essa tem como temática
central – Patrimônio alimentar e identidade territorial, discutida sob o olhar da geografia
humana. Geografia do alimento, identidade territorial foram analisadas para buscar respostas
ao problema central do projeto de tese sobre a “identidade territorial e o patrimônio alimentar
da farinha de Bragança”. Sustentamos a tese que a farinha de mandioca possui forte
identidade territorial, isso é traduzido pela tradição, pela história, pela reelaboração e práticas
que contribuíram para uma formação socioespacial da bragantina. Pois o ato de plantar
(cultivar), do comer, do comercializar, do fazer ressignificam as práticas e as formas de um
ato simbólico, uma memória coletiva, uma herança do saber, constituindo-se um “patrimônio
alimentar” – um complexo de estrutura material e imaterial que envolve objetos (técnicas de
trabalho; afetivos vinculados a memória) de uma coletividade condicionada por aspectos
históricos, sociais, culturais, econômicos e culturais na região. Nosso objetivo central é
analisar em uma perspectiva geográfica o processo formação da identidade territorial que se
constrói nas relações de produção e reprodução do espaço vislumbrado na região da
bragantina, compreendendo a farinha de mandioca como patrimônio alimentar/elemento
cultural da formação socioespacial da região. Tendo como os principais delineadores do
processo dos agentes produtores da farinha de mandioca constituintes das singularidades
dessa cultura popular. A perspectiva de patrimonialização, valorização e seletividade aparece
no horizonte da pesquisa, em que se pode considerar a farinha de mandioca como um
alimento tradicional que contemporaneamente enfrenta novos moldes de mercado, e que
podem ser ameaçados por mecanismos que visam proteção.