TERRITÓRIOS E TERRITORIALIDADES DE COMUNIDADES EXTRATIVISTAS NA DINÂMICA DE APROPRIAÇÃO E USO DO PATRIMÔNIO NATURAL NO INTERIOR E ENTORNO DO PARQUE AMBIENTAL DE MOSQUEIRO-PA
patrimônio natural; território; territorialidade; populações tradicionais; práticas sócio-espaciais.
Trata-se de uma pesquisa que analisa as estratégias de controle territorial por diferentes sujeitos envolvidos na dinâmica de formação de territórios e territorialidades do patrimônio natural no contexto do interior e entorno do Parque Ambiental Municipal de Mosqueiro. A relevância desta pesquisa está no fato de se constituir numa tese de caráter subalterno em decorrência da literatura sobre o assunto estar em sua maioria voltada a problematização do patrimônio cultural, por ser a primeira tese sobre o patrimônio natural que versa sobre contextos de populações tradicionais na Amazônia e por apresentar discussão dissonante das perspectivas oficiais e hegemônicas nos meios técnicos e acadêmicos. Esta pesquisa teve sustentação na dialética espacial da construção destrutiva por considerar conflitos e contradições socioespaciais que envolvem a apropriação e uso do patrimônio natural. Possui caráter qualitativo, envolveu pesquisa bibliográfica, documental e exploratória com a realização de trabalho de campo com acompanhamento de práticas culturais e manejo da natureza nas Comunidades Extrativistas Caruarú, Tucumandeu e localidades Tamanduá, Pratiquara e Rio Murubira. Os dados foram analisados a partir das técnicas de análise de discurso e conteúdo. A problemática da pesquisa teve sustentação na compreensão de tensões, conflitos e práticas socioespaciais que resultaram da institucionalização do Parque Ambiental de Mosqueiro. A questão central da pesquisa girou em torno da compreensão de como os sujeitos ilhéus se apropriavam e usavam o patrimônio natural mediados pela promoção de territórios e territorialidades. As questões norteadoras indagaram quais eram os agentes envolvidos na apropriação e uso de patrimônios naturais no interior e entorno do Parque e como exerciam o controle territorial? Quais eram as territorialidades que se configuravam em práticas de controle do patrimônio natural e como se relacionavam e se conflitavam? Como ocorria a apropriação da natureza nas comunidades e localidades extrativistas de Mosqueiro e como se configuravam em estratégias alternativas de posse do patrimônio natural numa perspectiva utópica e territorial? O objetivo geral buscou analisar a dinâmica de apropriação e uso da natureza na parte não urbanizada de Mosqueiro (Parque) que se configurava como processo e formação de territórios e territorialidades do patrimônio natural. Os objetivos específicos pretenderam identificar e mapear quais agentes estavam envolvidos na apropriação e uso de patrimônios naturais no interior e entorno do Parque e analisar e como exerciam o controle territorial; Identificar e discutir quais territorialidades se configuravam em práticas de controle do patrimônio natural e como se relacionavam e se conflitavam. Verificar e analisar a apropriação e uso da natureza nas comunidades e localidades extrativistas de Mosqueiro e como se configuravam em estratégias alternativas de posse do patrimônio natural numa perspectiva utópica e territorial. A tese central da pesquisa assenta-se no entendimento de que o patrimônio natural resulta de práticas sócio-espaciais que envolvem a territorialização do poder resultado de condições sociais, históricas e espaciais permeadas pelo manejo da natureza. Logo não possui inato valor e não expressa a reunião de elementos naturais dissociados do todo socioespacial.