Caracterização dos Assassinatos de Mulheres Solteiras Ocorridos na Região Metropolitana de Belém
feminicídio, femícidio e mulher solteira
Introdução/Importância: A mulher solteira se destaca como o perfil de mulher que mais morre no Brasil e no Estado do Pará, vítima de feminicídio e/ou femicídio, assim como, na Região Metropolitana de Belém, porém, raros estudos pesquisam o fenômeno de maneira especifica, por isso a importância do presente trabalho. Objetivo: Conhecer as mortes intencionais de mulheres solteiras ocorridas na Região Metropolitana de Belém, no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. Método: Trata-se de uma pesquisa de natureza básica, exploratória e descritiva que utiliza técnicas quantitativas e qualitativas. Os dados foram disponibilizados pela Secretaria de Inteligência e Análise Criminal, órgão da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Pará, referente a 225 Boletins de Ocorrência Policial. Quanto aos procedimentos técnicos, optou-se por uma pesquisa abordando as mortes intencionais de mulheres solteiras vítimas de femícidios (Artigo 1), uma segunda pesquisa abordando as mortes intencionais de mulheres solteiras vítimas de feminicídios (Artigo 2) e uma terceira pesquisa abordando os anos potenciais de vidas perdidos das mulheres solteiras mortas na região Metropolitana de Belém (Artigo 3). Principais Resultados: No Artigo 1, viu-se que no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022, 225 mulheres solteiras foram vítimas de homicídios dolosos na Região Metropolitana de Belém, 34,22% foram mortas principalmente nos finais de semana, sábado e domingo e 75,14% por meio de arma de fogo. No Artigo 2, os resultados demonstraram que 28 mulheres solteiras foram vítimas de feminicídios, na Região Metropolitana de Belém. No Artigo 3, observou-se que foram perdidos 28.723,6 anos potenciais de vidas de mulheres vítimas de femicídios e feminicídios, em idade produtiva, visto que mais da metade das mulheres solteiras mortas no estado do Pará estavam na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, independentemente se a morte ocorreu em razão do sexo feminino ou por outro fator diverso do gênero. Conclusão: Os artigos confirmam que as mulheres solteiras se destaca como um perfil de maior vulnerabilidade à violência contra a mulher, desse modo o perfil merece maior cuidado na elaboração e no desenvolvimento de políticas públicas voltadas à sua proteção. Importa destacar que os estudos revelam que independentemente da idade, dia, hora, local, grau de escolaridade, profissão, as mulheres estão suscetíveis a serem mortas, mediante a utilização de armas de fogo ou perfuro contantes, tendo o ódio, a vingança, o ciúme como motivação, e exterminadas por pessoas com as quais a mulher solteira dividiu a intimidade. A demonstração da importância dessa pesquisa é indiscutível, muito embora se trate de um tema de ampla discussão, conquanto se apresentou uma abordagem pouco estudada no meio científico e acadêmico.