MANGUEIRAS, UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA MARAJOARA: ENTRE RIOS, MARES E MARÉS.
BELÉM – PA
Mangueiras. Quilombolo. Marajó. Ecologia Humana. Amazônia
Esta tese refere-se às populações que habitam os rios, mares e marés
existentes no litoral amazônico, mais precisamente, no arquipélago do Marajó,
município de Salvaterra. A comunidade de Mangueiras, um quilombo, formado
por descendentes de negros africanos e de indígenas que se encontraram na
Amazônia, entrelaçando seus conhecimentos e formas de vida, possui assim,
uma organização e uma ontologia “outra”, que dialoga em maior ou menor grau
com a ontologia “moderna” ou ocidental. Para elaboração desta tese são
referenciados pressupostos da ecologia e da antropologia, em um movimento de
se deixar ensinar por essas populações, compreender, para então inferir, sobre
o quanto essas populações resistem e usam da resiliência, ou seja, enfrentam
as mudanças e imposições dos processos de desenvolvimento pensados para
Amazônia e ainda se fazem crescer manejando um território para reprodução da
vida. Logo, observar a vida como objetivo fundamental do ser vivo seja ele
humano ou não, logo os conceitos de vida, resistência e resiliência trazem para
a proximidade acadêmica o que foi possível viver junto à comunidade de
Mangueiras nestes últimos anos (2013 - 2017), no processo de entender o que
é a etnografia, experimento e deste modo espero contribuir para uma ecologia
humana das populações da Amazônia e para o processo de titulação das terras
quilombolas e reconhecimento de seus direitos.
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