LANÇAMENTO DE CANDIDATURAS DE MULHERES ÀS CÂMARAS ESTADUAIS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO FIM DAS COLIGAÇÕES EM ELEIÇÕES PROPORCIONAIS.
Coligações; Candidaturas Femininas; Listas Partidárias.
O projeto propõe uma análise sobre o lançamento de candidaturas femininas às Câmaras
Estaduais após o fim das coligações para as eleições proporcionais. A proposta se dá a partir
da observação das listas partidárias de 2018, com a presença das coligações, e como os
partidos processaram esse lançamento em 2022 (primeiras eleições estaduais em que as
legendas passaram a preencher as listas isoladamente). Dentre os objetivos desta pesquisa
estão a análise das listas partidárias em 2018 e 2022 para as Câmaras Estaduais, em observância
ao preenchimento das cotas de gênero, identificando o espectro ideológico dos partidos, bem
como, a identificação de legendas que tratem da regulamentação e incremento de candidaturas
femininas para a composição das listas, além de identificar as principais variáveis que motivam
os partidos políticos na seleção destas candidaturas. Os dados coletados preliminar e
parcialmente, referentes às listas para a ALEPA em 2018 e 2022, indicam que as coligações
foram centrais para a composição das listas no primeiro pleito referido, no sentido de alcançar
as cotas de gênero, principalmente entre os pequenos partidos. Já em 2022 os partidos e
Federações (estas passam a integrar o desenho institucional em 2021), não ultrapassaram, em
sua maioria, o intervalo entre 30% e 40% de candidaturas femininas. Para subsidiar o estudo
consideramos uma literatura que analisa os processos de recrutamento e seleção de
candidaturas, com um aporte teórico de autores internacionais e nacionais; sistema eleitoral
brasileiro e como as mulheres se inserem neste desenho. A metodologia é orientada por uma
abordagem quantitativa, para a análise de dados secundários, cuja base é obtida no grupo
“Candidaturas” no Portal de Dados Abertos do TSE, para a sustentação de um estudo de caráter
empírico e descritivo. Assim, compreendemos a relevância desta pesquisa como instrumento
para contribuir com o debate na Ciência Política, acerca dos reflexos das mudanças recentes no desenho institucional brasileiro, no âmbito dos Parlamentos subnacionais, cujos dados ainda são pouco explorados, em comparação aos estudos em que o recorte é a Câmara Federal, e de que forma essas mudanças afetam a candidatura de mulheres, em um momento em que se destaca que a paridade de gênero é elemento fundamental para o desenvolvimento da democracia.