Dinâmicas de representatividade: As candidaturas indígenas na disputa pelo legislativo municipal nas eleições de 2016 e 2020
Palavras-chave: Candidaturas indígenas; eleições municipais; competição política.
A inclusão de grupos minoritários na política eleitoral constitui um axioma intrínseco às democracias representativas, sendo tema de diversos estudos que buscavam analisar as relações entre o impacto das cotas de gênero na representação política (Krook et al., 2009; Contreras, 2021; Friedenberg, 2021). Nosso objetivo neste projeto consiste em realizar uma análise das candidaturas indígenas nas eleições municipais de 2016 e 2020, visando discernir nuances nos padrões de competição política entre candidatos indígenas e não indígenas na esfera do poder local. Metodologicamente, A pesquisa utilizará dados disponíveis no repositório de dados abertos do TSE e na plataforma SIDRA do IBGE. Adotaremos uma abordagem de cunho quantitativo, empregando métodos de estatística descritiva para sumarização e organização dos dados e, posteriormente estatística inferencial, para construção de modelos preditivos que visam identificar padrões de competição política entre indígenas e não indígenas a partir dos seguintes marcadores: 1) perfil das candidaturas, 2) da relação entre magnitude dos distritos e o sucesso eleitoral dos candidatos indígenas, e 3) relação entre a proporção de votos das candidaturas indígenas em munícipios com grande população indígena em comparação com os demais municípios. Partimos da hipótese de que apesar do protagonismo ascendente dos povos indígenas nos últimos anos, tal ascensão não se traduziu em estímulos institucionais para o apoio de suas candidaturas (Codato et al., 2016; Conceição, 2018; Souza et al., 2020). Este estudo representa uma contribuição para o entendimento das dinâmicas políticas envolvendo os povos indígenas no contexto brasileiro, destacando a importância de políticas de inclusão efetivas para garantir uma representação política mais equitativa e democrática.