Quanto vale o minério?: “efeitos colaterais” dos megaprojetos de mineração em Barcarena, Pará.
Megaprojetos. Barcarena. Território. Impactos socioambientais.
Centros hegemônicos ocidentais instauraram modelos universais de modernidade, cujos processos e práticas separam a humanidade e a natureza, gerando o aval para a manipulação de bens naturais. Como exemplo, temos a América Latina, em especial o Brasil, que a partir do ano 1960, pensando em lucros imediatos, pautou sua economia na retirada de minérios, cujo investimento e destino são definidos pelo capital estrangeiro. Nesse sentido, territórios são reconfigurados de acordo com interesses políticos e empresariais sob o discurso do progresso e do desenvolvimento. Algumas dessas modificações se dão por meio de megaprojetos de exploração mineral, que trazem consigo aspectos negativos como conflitos e relações assimétricas de poder em torno da terra e dos almejados recursos naturais. Na academia, estudos sobre os motivos que levam sujeitos a resistir e negar a sobreposição de suas territorialidades são recentes, porém necessários. Sendo assim, esta pesquisa pautada em informações adquiridas por intermédio de entrevistas formais e informais, remonta a história de indivíduos do município de Barcarena, Estado do Pará, e suas relações para com as companhias de mineração instaladas na região ao longo do século passado. Há problemáticas socioambientais em torno dos grandes projetos, que modificam as vidas dos circundantes, mas que alimentam os interesses dos agentes investidores. Em suma, surgem novas formas de lidar com o território, pautadas em “perdas” e “ganhos”, e novos estudos nesses contextos colaboram para a identificação de quem são os vencedores e os perdedores.