Mimese Xinguana - a cena amazônica pós - Belo Monte
Belo Monte – Grandes Empreendimentos – Monitoramento Socioeconômico – Avaliação de Impactos – Estudos Amazônicos
A presente tese está dividia em três capítulos e um texto aglutinador. No primeiro capítulo apresento uma versão da cena histórica de Belo Monte a partir de três enquadramentos: o gesto de Tuíra, no Encontro de Povos Indígenas de Altamira (1989); a visita de Lula à Altamira, na fase inicial de licenciamento do empreendimento (2010); a inauguração do empreendimento por Dilma, dias antes de sua queda (2016). No segundo capítulo, proponho uma síntese da cena teórica, analisando pouco mais de 202 teses e dissertações produzidas no período de 2002 a 2020, cadastradas na plataforma Carlos Chagas da CAPES, e que tiveram como objeto de estudo a UHE Belo Monte e o território impactado por sua construção. O terceiro capítulo é dedicado à cena etnográfica: monitoramento territorial independente como um experimento de antropologia por demanda e educação popular, onde compartilho com o leitor minha entrada em campo como antropólogo integrante da coordenação de um projeto de pesquisação do movimento social local, que investigou situação socioambiental, os modos de vida e percepções dos moradores dos Reassentamentos Urbanos Coletivos – RUCs construídos em Altamira (PA). O texto aglutinador funciona como um mosaico teórico que fundamenta a tese e reclama a relevância da noção de mimese xinguana para a teoria antropológica e para compreensão das implicações simbólicas da chegada de um grande empreendimento e re(des)territorialização da população local impactada.