Curt Nimuendajú. Conservação. Materialidade. Mapas históricos.
Curt Nimuendajú é um dos principais nomes da Antropologia Brasileira. Nos mais de 40 anos em que atuou, ele produziu um vasto material sobre etnias indígenas de Norte a Sul do país. Dentro deste significante corpo de trabalho, destacam-se as três versões que ele fez do “Mapa Etno-histórico do Brasil e Regiões Adjacentes”, documentos que resumem a experiência e o conhecimento de Nimuendajú na área. Esta dissertação tem por finalidade fazer uma etnografia da versão que está depositada na Biblioteca do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, por meio do processo de conservação a qual o mapa foi submetido entre os anos de 2012 e 2013. A materialidade do documento é utilizada como interlocutor nesta etnografia usando os conceitos de agência de objetos e vida das coisas desenvolvidos por Gell (2005), Latour (1992) e Ingold (2012) para entender como essa materialidade atuou nas negociações que aconteceram durante o processo de conservação entre objeto e as profissionais responsáveis. Esta etnografia também discute a importância do Mapa para além da sua materialidade, como um registro no tempo e no espaço da presença dos povos indígenas que aparecem no mapa, e a sua influência no mundo acadêmico e na instituição de guarda.