Práticas estatais documentadas: do relatório Figueiredo aos 30 volumes do indigenismo brasileiro
Relatório Figueiredo. Trinta Volumes do Indigenismo Brasileiro. Serviço de Proteção ao Índio. Práticas estatais.
Esta dissertação tem como lócus os Trinta Volumes do Indigenismo Brasileiro (30VIB), popularizados pela metonímia processual como Relatório Figueiredo (RF) e como objeto as práticas de controle e a administração de territórios e povos indígenas por parte do Estado. Utilizando a Etnografia de Documentos como metodologia, salienta a importância das fontes documentais para a Etnologia indígena e para a compreensão do Indigenismo brasileiro. Destaca as políticas que fomentaram o estabelecimento do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) registradas nos 30VIB, demonstrando as ideias e práticas estatais que orientaram o indigenismo no Brasil, tendo como base os conceitos de paradoxo da tutela (PACHECO DE OLIVEIRA, 1988), poder tutelar (SOUZA LIMA, 1995) e colonialismo interno brasileiro (CARDOSO DE OLIVEIRA, 1978). Dialogando a partir de entrevistas, relatórios e textos acadêmicos produzidos sobre as leituras já realizadas dos 30VIB dentro e fora da Antropologia, com a intenção de ampliar os debates. Demonstra-se, assim, as classificações desenvolvidas sobre as quatro comissões, sobre os volumes e as provas que compõem os 30VIB, apresentando também quadros demonstrativos, qualitativos e sintéticos, com os conteúdos de cada um dos trinta volumes, com o desígnio de expandir as possibilidades de usos dos 30VIB.