Passar-Espalhar-Tirar: Uma etnografia do existir de peconheiros, espalhadores e passadores de açaí do rio Bacabal-Afuá/PA
Açaí in natura; Marajó; Afuá; Passar-Espalhar-Tirar; Táticas
Traçando caminhos por entre a Antropologia Interpretativa e pela História Oral a presente dissertação investiu interesses em etnografar os modos de vida e de luta de homens e mulheres marajoaras, usando como via de acesso a tais elementos a escuta e a observação de práticas que emergem em meio a invenção do preço do açaí in natura, envolvida com o passar-espalhar-tirar paneiros e a fruta, do Marajó à Belém. Para tanto, o trabalho de campo desenvolvido na localidade do rio Bacabal e adjacências, na Ilha do Pará, município de Afuá, ampliou-se em escala de observação até a chegada da fruta para comercialização na Feira do Açaí, em Belém do Pará. Transpassando deste modo pelo registro de saberes, gestos, etiquetas e práticas corpóreas, ou seja, táticas, acionadas por estes sujeitos marajoaras enquanto processos que figuram seus jogos de negociação para tirar e determinar o preço da fruta. Recorreu-se ainda à gramática nativa coletada em entrevistas, conversas informais e observações em campo e que auxiliaram na reafirmação do importante papel desempenhado pela tradição oral na existência destes indivíduos.