Do luxo ao lixo: Um estudo arqueológico do material cerâmico dos bolsões do sítio Porto de Santarém, Baixo Amazonas.
Arqueologia Amazônica, Tapajó, Cerâmica, Bolsão.
O baixo Amazonas, e especialmente o município de Santarém-PA, vem sendo lócus de estudo de pesquisadores brasileiros e estrangeiros há algumas décadas. Estes pesquisadores se debruçam sobre a arqueologia da região que é conhecida por suas peças feitas em cerâmica ou lítico com riquezas em detalhes decorativos. Segundo a etnohistória, o grupo indígena que ocupava a região entre os séculos XVI e XVII, eram os Tapajó, conhecido por sua característica guerreira, este grupo vivia na confluência dos rios Tapajós e Amazonas. As informações da etnohistória e os contextos arqueológicos têm possibilitado o entendimento da complexa organização social indígena na região, sugerindo a existência de um grande domínio Tapajó. Assim, este trabalho, tem como objetivo contribuir com esses estudos, tendo como lócus o sítio arqueológico Porto de Santarém, localizado na área urbana de Santarém, a pesquisa buscou interpretar uma feição peculiar encontrada nos sítios tapajônicos, os bolsões. Bolsões são buracos no formato de sino invertido onde diversas vasilhas e objetos de cerâmica decorados, assim como líticos, carvão e outros vestígios são encontrados. Os estudiosos têm interpretado essas feições culturais como cerimoniais. Para discutir as hipóteses atuais sobre o significado dos bolsões, busquei investigar a cerâmica encontrada em três bolsões escavados no sítio arqueológico Porto de Santarém. As análises em laboratório dos fragmentos cerâmicos foi associada com as informações de campo, além das fontes etnohistóricas e etnográficas.