TEMPOS, ESPAÇOS E CULTURA MATERIAL NA VILA SANTO ANTÔNIO DO PRATA, PARÁ –ARQUEOLOGIA JUNTO AOS TEMBÉ/TENETEHARA
Povos indígenas. Amazônia. Arqueologia Histórica. Indigenismo.
Por mais de um século, os Tembé/Tenetehara, indígenas da Amazônia brasileira foi alvo das políticas do Estado brasileiro. Ao fim do século XIX, tais políticas foram consubstanciadas na construção da Colônia Santo Antônio do Prata, no Pará, com objetivos civilizacionais. Após 23 anos de atividades, a Colônia foi transformada em Centro de Correição e, em seguida, Leprosário, desviando o foco de ação sobre os indígenas. Esta tese analisa a conformação da paisagem da Colônia, a partir dos seus remanescentes materiais (edificações e objetos) e das narrativas Tembé/Tenetehara, a respeito dos diversos períodos de sua constituição histórica. Tendo em vista a sua instalação no território tembé e as diferentes apropriações das edificações, usos do local no último século e com base na cultura material, busco compreender como a paisagem construída incorporava ao longo do tempo as estratégias de controle aos quais seus moradores – os Tembé, colonos, internos hansenianos – foram submetidos. Além disso, analiso as formas de reapropriação da paisagem pelos agentes alvos dessas estratégias de controle, o que implica dialogar com as narrativas contemporâneas dos Tembé e dos ex-internos do Leprosário.