Perspectivas sobre Saúde entre Coletivos Quilombolas no Marajó – Pará/Brasil
coletivos quilombolas; concepções de saúde; itinerários em busca da cura; invisibilidade; práticas locais de cuidados em saúde.
Discute-se a percepção de saúde, os itinerários percorridos em busca da cura e o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) pela perspectiva de mulheres quilombolas de Salvaterra (Marajó – Pará/Brasil). Resultados iniciais apontam para uma visão holística da saúde, configurada por ordenações espirituais e por condições materiais de existência que se interconectam e ganham expressividade no território, espaço privilegiado da (re)produção material e imaterial. Observa-se que há preferência pelas práticas locais de cuidados em saúde, devido afinidades culturais entre praticantes e quem os(as) procuram, facilidade do acesso e respeito mutuo. A (re)emergência da categoria quilombo na Constituição Federal de 1988 contribuiu para a visibilidade de coletivos negros, nominados arbitrariamente pelo Estado como remanescentes de comunidades de quilombos que, apropriando-se da nominação coletivizaram a luta política a fim de dar efetividade ao reconhecimento legal de uma série de direitos, entre os quais à propriedade de terra e à saúde.