Condições de saúde em ambiente da população ribeirinha da Floresta Nacional da Caxiuanã, Melgaço-PA
População Amazônica, Má nutrição, Parâmetros da OMS, Z-escores
O presente estudo tem como tema a saúde da população ribeirinha da Floresta Nacional de Caxiuanã, Melgaço-PA, Brasil e seu entorno. As populações ribeirinhas da Amazônia Brasileira são populações não indígenas, camponesas, com intensa miscigenação entre brancos colonizadores, a população nativa indígena e o escravizado africano negro. São pequenos produtores, com modos de vida específicos, que dependem e conhecem profundamente a natureza e seus ciclos e utilizam tecnologia relativamente simples, impactando pouco o ambiente. Assim como outras populações invisíveis e vulneráveis da Amazônia, suas condições de vida de maneira geral tem sido pouco estudados e em geral são considerados abaixo dos parâmetros internacionais. Assim sendo, o projeto aborda em sua parte introdutória um breve relato sobre as populações tradicionais da Amazônia, em seguida apresento as principais discussões acerca dos estudos do crescimento humano e da saúde da população ribeirinha amazônica. Após essa parte introdutória apresento as questões norteadoras, hipótese e objetivos, seguidos dos procedimentos metodológicos. Nos resultados preliminares aponto algumas das análises já realizadas com 361 pessoas (171 homens, 190 mulheres) sob os parâmetros da OMS. A razão entre homens e mulheres foi de 0,9. A razão entre crianças e adultos foi de 1,06. Em Caxiuanã 58,72% da população é de 0 a 18 anos, com a maior porcentagem de indivíduos com idade entre 0 a 4,9 anos (20,5%). Há mais meninas que meninos de 0 a 9,9 anos (41,57% e 35,67%, respectivamente), porém temos mais homens adolescentes (22,22%) que mulheres (17,89%) e quase o mesmo percentual para homens e mulheres adultos (34,50% e 34,74%, respectivamente). Para idosos temos mais homens (7,60%) que mulheres (5,79%). Um número considerável de crianças de 0 a 5 e de 5 a 10 anos cai abaixo de -2 e -3 Z-escore nos parâmetros analisados indicando um processo de perda energética, possivelmente devido a um estado de carência alimentar duradouro, em especial as meninas. Jovens, adultos e idosos estão dentro dos parâmetros de saúde, somente com uma pequena variação para mais para a circunferência da cintura das mulheres idosas. A desnutrição em crianças é comum em populações rurais brasileiras em contraste com a situação dos adultos. Crianças com baixo peso são mais propensas a ser adultos com excesso de peso no futuro. Portanto, é urgente o desenvolvimento de programas de saúde públicos a fim de dar maior atenção a situação da infância de populações rurais amazônicas atuais para que futuros problemas como obesidade e hipertensão sejam minimizados.