A ressignificação dos grafismos da cerâmica Tupiguarani: considerações sobre a socialização do patrimônio arqueológico em Carajás, Amazônia
socialização do patrimônio; artesanato em cerâmica; mulheres
O objetivo desta pesquisa é discutir sobre a socialização do patrimônio arqueológico por meio do artesanato de cerâmica produzido por um grupo de mulheres na Amazônia. Para isso, tomarei como base a pesquisa que desenvolvo junto a uma cooperativa de artesãs do sudeste do estado do Pará. Reunidas no Centro Mulheres de Barro de Exposição e Educação Patrimonial da Serra dos Carajás (CMB) elas produzem peças em cerâmica (vasos, tigelas, colares etc.) cuja decoração é inspirada no grafismo da cerâmica Tupiguarani encontrada em sítios arqueológicos da região. O CMB surgiu como um desdobramento de ações de educação patrimonial vinculadas a programas de arqueologia conduzidos pelo Museu Goeldi, em meados dos anos 2000, no âmbito do licenciamento ambiental. O propósito desta apresentação é o de discutir o processo de ressignificação e comodificação da iconografia da cerâmica Tupiguarani, assim como o papel das mulheres do CMB na divulgação e na socialização dos bens arqueológicos para as comunidades da região.