FAZER-SER CINEASTA NO BAIXO TAPAJÓS: Produção de narrativas audiovisuais por documentaristas de Santarém-PA
Narrativas audiovisuais; Baixo Tapajós; Cineastas; Fazer Fílmico;
A presente qualificação abordará uma série de filmes documentários, em formato de curta e média metragens, produzida na região do Baixo Tapajós entre o fim dos anos 2000 até 2019 por atores locais que se autodenominam cineastas. Proponho para esta pesquisa acompanhar as histórias de três diretores e seus respectivos filmes: Carlos Matos, Carlos Bandeira Jr. e Clodoaldo Corrêa. O primeiro é de migrante maranhense e chega ao Baixo Tapajós na infância, o segundo é antropólogo formado na região, e o terceiro é cineasta indígena da etnia Arapiun. Considerando que técnicas – tecnológicas, éticas e estéticas – são operadas e performances são ativadas no fazer fílmico, interessa a essa pesquisa compreender de que maneira se constrói a identidade do cineasta a partir de seus objetos fílmicos no contexto heterogêneo e híbrido do Baixo Tapajós e vice-versa. Nesse sentido, buscar-se-á operar a partir da pergunta central: o que e como se define esse fazer-ser cineasta? No primeiro capítulo discutirei a relação entre antropologia e imagem em perspectiva histórica, a fim de encontrar o lugar desta pesquisa dentro do campo da antropologia e abordagens metodológicas que corroborem a pensar a produção de narrativas audiovisuais de cineastas locais sobre o Baixo Tapajós. O segundo capítulo abordarei primeiro o filme A margem, de direção de Carlos Matos, em suas dimensões de dispositivo fílmico, para depois contar um pouco da trajetória de Carlos, buscando entender como é criado o A margem, e as conexões entre a equipe de produção e os atores sociais envolvidos. Conhecendo um pouco das trajetórias e performances que habitam no fora-de-campo, pretende-se apontar quais as razões que levam a realização desse filme.