Toré: ritual etnopolítico no processo de territorialização e retomadas dos Xukuru do Ororubá”
Toré; Ritual; Política; Etnicidade
O toré Xukuru se faz presente durante todas as mobilizações que se estabelecem como importantes para o projeto de vida da nação Xukuru. É um movimento de passos ritmados somados ao encantamento das maracás e cânticos de saudação a mãe Tamain e pai Tupã sendo a representação maior de força e resistência dos guerreiros Xukurus durante o processo de colonização. Durante o processo de identificação das comunidades indígenas pelo governo, houve a necessidade de “reconhecimento da real indianidade” desses nativos por parte da entidade, indianidade essa que foi definida pela prática do toré como conscientização do ser indígena especificamente nos territórios indígenas nordestinos. Observa-se que o toré é amplamente compartilhado entre os indígenas do nordeste, entretanto, o regime indígena do toré é próprio a cada grupo e carregam sentidos intrínsecos, exclusivo a alguns e compartilhado a outros. Esse é um ponto importante dessa dissertação que mais a frente busco discutir: como o toré enquanto ritual diacrítico, que foi critério de indianidade no Nordeste, é uma ferramenta de mobilização e de reorganização dos povos indígenas no Nordeste, utilizando o processo de territorialização dos Xukuru do Ororubá e o fortalecimento dele com os rituais do toré e demais pajelanças.