As bruxas de Santarém (PA) e a manipulação de plantas medicinais amazônicas
Feitiço; Direitos Humanos; Cuidado.
Fiz uma etnografia da manipulação de plantas medicinais em uma situação social no baixo Amazonas. A violência contra amefricanas cisgênero, racismo genderizado, como tecnologia de organização da paisagem é a tese em sustentação. Usei o método observação participante no quilombo Ahosi (Santarém, PA) e a técnica de entrevista às usuárias e especialistas locais da/na botânica regional. Eu pesquiso no território de Ahosi desde 2018; dessa forma, também usei a análise situacional no presente trabalho antropológico. Identifiquei um estigma quanto a um uso específico das ervas, a defumação, atribuída à figura diabólica do cristianismo por meio da categoria “macumbaria”. O manejo ambiental quilombola observado e os seus significados revelam que as práticas tradicionais de cura com plantas medicinais são controladas pelo racismo genderizado. Sendo assim, a paisagem também é controlada por essa tecnologia, pois a gestão e ocupação territorial é cultural.