ETNOGRAFIA DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS: UMA VISÃO MULTIPARADIGMÁTICA SOBRE OS CONFLITOS NO USO E OCUPAÇÃO DE ÁREAS RIBEIRINHAS NA VÁRZEA DA ILHA DE MARAJÓ, PA.
Multiparadigmatismo, Teoria Marxista, Teoria Pós-colonial, multiterritorialidade, conflito de territorialidade, ribeirinhos, quilombolas, Marajó.
Os capítulos reunidos neste texto, requisito parcial para a etapa de qualificação no mestrado em Antropologia – PPGA/UFPA. Elaborados a partir de uma viagem de pré-campo, de pesquisas documentais, de orientações e do direcionamento de exercícios das disciplinas cursadas, para cumprir os créditos de qualificação, ao tema central da dissertação que aqui se constrói – o conflito entre sujeitos de uma categoria dominante e outra dominada, e o papel das audiências públicas na mediação desses interesses – refletindo sobre teoria e método no estudo antropológico a partir da análise de diferentes correntes e teorias, considerando a significação da cultura para o estudo do conflito, apontando possíveis escolhas teórico-metodológicas que envolvem o trabalho do antropólogo, pelo que se convencionou chamar de uma “etnografia de audiências públicas”, numa proposta que considera a Antropologia do conflito como um campo multiparadigmático. As audiências públicas foram realizadas desde o ano de 2005 em torno de questões conflituosas, como o uso de açaizais, reconhecimento de terras tradicionais, contaminação de rios devido à implementação de lavoura de arroz, pesca tradicional, entre outros. Neste contexto as audiências públicas se apresentam como eventos que reúnem um universo de significações culturais distintas, quanto às formas e normas do uso e ocupação da terra e seus recursos naturais, para os sujeitos que compõe cada uma das categorias envolvidas direta ou indiretamente nas situações de conflito que ocorrem no município de Cachoeira do Arari, ilha do Marajó, no noroeste do Estado do Pará.