IDENTIDADE, CONFLITO E RESISTÊNCIA: a luta pelos territórios tradicionalmente ocupados por quebradeiras de coco babaçu, indígenas Gamella e quilombolas na Baixada Ocidental Maranhense
Identidade; Conflito; Resistência; Política; Territorialização; Quebradeiras de Coco Babaçu; Indígenas Gamella; Quilombo Mó São Caetano.
A pesquisa destaca três noções teóricas essenciais para pensar a luta pela demarcação territorial em “terras tradicionalmente ocupadas” (Almeida, 2008), são: identidade, conflito e resistência, este tripé fundamenta todo o debate a respeito dos distintos processos de “territorialização” (Oliveira, 1998) e “territorialidades específicas” na Baixada Ocidental Maranhense, pensado como um movimento político, especificamente em duas comunidades, no Território Indígena Akroá Gamella e no Quilombo Mó São Caetano. Ambos os grupos estão em emergência étnica e reivindicação pelo seu território tradicional, a identidade de quebradeira de coco babaçu está presente entre as duas outras identidades, o que demonstra um aspecto de pluralidade étnica. A composição do termo território pluriétnico é pensada aqui através dessa composição étnica de grupos sociais, bem como pelo contexto plural das formas de representação política, assim como nas formas de uso do meio ambiente. Historicamente, a composição do Brasil é dado num contexto de relação com distintos grupos de forma plural (Gomes, 2005), para compreensão da história destes povos, numa tentativa de acessar informações, faz-se breves pesquisas documentais usadas em conexão com a memória e história oral, uma busca, não para retomar aspectos originais do passado, mas sim para fortalecer os laços de pertencimento com seus ancestrais, na garantia de fortalecimento e reforço das identidades étnicas emergentes, observados a partir de um presente etnográfico para fazer relações com o passado. Todo o movimento de construção deste estudo fundamenta-se numa perspectiva da Antropologia Política como formas de organizações/ reivindicações e resistências políticas a respeito da dinâmica social do conflito no qual os agentes sociais estão envolvidos, resistindo pelo seu reconhecimento étnico e território tradicional.