Os Produtos do Mercado das Ervas e seus Consumidores: um diálogo etnoecológico do subjetivo
Ver-o-Peso; Ervas; Saber Tradicional; Mercantilização; Cultura Material; Urbanização.
O Setor das Ervas é uma das seções presentes na Feira do Ver-o-Peso em Belém/PA. Os produtos ali para venda são artigos direcionados para fins fisiológicos, espirituais e subjetivos, frutos de conhecimentos tradicionais e manejo etnobiológico. Percebe-se que comercialização de tais não se restringe somente por esses atributos destacados, abrangendo também formações socioeconômicas, modos de expressão, existência e ação dos comerciantes – como os arranjos materiais, estruturais, identitários e simbólicos – e as próprias interações entre esses e o múltiplo público consumidor relacionado. Assim, pretende-se investigar, considerando o viés mercantil, político e etnoecológico, a potencialidade das subjetividades e leituras variadas que os consumidores possuem sobre esses produtos, levando em consideração os saberes tradicionais como fator angular. Para tal, são considerados os discursos plurais manejados a partir dos marcados estímulos sensoriais que caracterizariam o Setor, os artigos e a identidade das erveiras e erveiros; observando a percepção individual das experienciações e suas projeções coletivas. Dessa forma pondera a relação do contexto mercantil da feira com a realidade citadina amazônica, pensando as demandas e readequações que o ambiente urbano hegemônico incita. Discutem-se as mudanças das tendências subjetivas segundo a singularidade e socialidade dos consumidores, compradores ou não, que gerariam um detalhamento quanto ao potencial e valorização simbólica-capital dos produtos e saberes tradicionais, refletindo no diverso contexto citadino correspondente e nos discursos que regem essas dinâmicas e suas implicações sociais, políticas e econômicas.