NARRATIVAS DAS BORDAS: Subalternidade e Agência de Mulheres Idosas na Política Pública de Assistência Social em Breves (Marajó-PA)
mulheres idosas, subalternidade, agência, política pública de assistência social.
O presente texto é o resultado parcial da pesquisa de doutorado em andamento sobre mulheres idosas marajoaras atendidas pela política pública de assistência social em Breves-PA. Trata-se de uma Etnografia articulada à História Oral, centrada nas vozes de nove idosas residentes no núcleo urbano do município, sem perder de vista interações com documentos escritos produzidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social como cadastros, relatórios e legislações locais em consonância com as nacionais. Todas participam das unidades de atenção básica de assistência social, por meio de seus programas e projetos destinados aos idosos e às famílias. A fundamentação teórica com base na Antropologia Pós-Moderna e Pós-Colonial ajudou a refletir sobre as posições duplamente subalternizadas das agentes de pesquisa, em função de sua condição de mulheres e idosas pobres. Tais condições dificultam o acesso pleno a direitos ligados às políticas públicas, em especial, os de assistência social. As narrativas apreendidas na pesquisa de campo revelam-se ricas e, por vezes, comoventes, apontado os múltiplos significados do que é ser mulher idosa no Marajó em sua parte ocidental. Nesse sentido, a despeito das dificuldades enfrentadas, é possível perceber uma posição de agência por parte dessas mulheres na condução de suas trajetórias de vida, que em muitos casos, estão atreladas às suas crenças, formas de ver o mundo e lutar para resolver problemas e uma vida melhor.