Do Relatório Figueiredo a Belo Monte: a persistência do etnocídio e do genocídio como políticas do estado brasileiro
Etnocídio; genocídio; violência; desenvolvimento; planejamento estatal; usinas hidrelétricas; povos indígenas; povos tradicionais; usina hidrelétrica de Belo Monte; médio Xingu
No ano de 2013 foi redescoberto no Rio de Janeiro, o Relatório apresentado em 1967 pelo Procurador Jader de Figueiredo Correia no qual foram compulsados consistentes registros de violência contra povos indígenas brasileiros cometidos por agentes estatais em conluio com forças de segurança e fazendeiros, sob a égide do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), responsável por processos continuados de etnocídio e violência contra os povos que deveria proteger. Ao mesmo tempo, em 2013, povos indígenas em vários pontos do país eram continuamente atingidos por violência e processos de etnocídio na esteira de empreendimentos e ciclos econômicos, na maior parte das vezes planejados ou apoiados pelo estado brasileiro. Porque mecanismos o etnogenocídio segue como um padrão na relação do estado brasileiro com os povos indígenas e tradicionais, atravessando gerações, períodos históricos, mudanças políticas e jurídicas? Para essa questão, o presente trabalho busca respostas.