Bares, ruas e cadeias: uma etnografia da violência em Caxias, Maranhão
Trabalho; Crime; Gênero; Cadeia.
Esse trabalho trata-se de uma etnografia sobre práticas de violência, construído na cidade de Caxias, no estado do Maranhão. Divida em quatro partes, essa dissertação ocupa-se, primeiramente, em situar o leitor na metodologia construída durante essa pesquisa; a isso coube a parte da introdução, seguida de uma apresentação da cidade sobre a qual esse trabalho foi escrito, bem como seu bairro, Maioba, que ocupa uma posição privilegiada e imprescindível nas discussões e análises que permeiam todo o texto, entrementes, bares, jogos e conversas de esquina são constituídas como importantes campos de significados sobre o bairro, o estado, a violência e duas categorias amalgamadas e estruturantes de todo o esforço intelectual desse capítulo e frequentemente acionada nas formas nativas de se ―viver a cidadania‖: trabalhador e vagabundo. Na terceira parte, são apresentados os interlocutores dessa pesquisa, a cadeia e duas categorias estruturantes da vida carcerária e do capítulo em questão: sujeito-homem e comédia. A forma como o crime é considerado um importante atributo do gênero masculino, como o crime se relaciona com formas diferentes de se viver a vida carcerária, os limites e o risco de não ser considerado sujeito-homem pela maioria. Na quarta e última parte, são delineados os elementos principais para uma interação sem risco no convívio, a forma como o espaço das celas participa da interação como importante marcador de tempo e prestígio, além de serem discutidas as categorias nativas utilizadas para representar tais espaços, como o boi, o café e a praia. E por último, será analisada a forma como as conversas, as coisas e o olhar têm parte importante nas interações construídas na vida carcerária.