Arqueologia e etnicidade: o estudo de cachimbos cerâmicos na Amazônia colonial
Arqueologia da escravidão; Arqueologia Pública; Etnicidade; Cachimbos cerâmicos; Amazônia Colonial.
O presente trabalho apresenta os resultados parciais obtidos na análise de cachimbos cerâmicos provenientes de pesquisas arqueológicas em quatro engenhos localizados no estuário amazônico, os Engenhos do Murutucu, Mocajuba, Jaguarari e Uriboca que subsistiram durante os séculos XVIII e XIX. A partir do contexto destes na economia canavieira local, de que foram integrantes os indígenas e africanos escravizados, demonstrando as relações interétnicas desenvolvidas nestes espaços, o trabalho apresenta reflexões teóricas acerca dos estudos com os cachimbos cerâmicos que apresentam atribuições genéricas e essencialistas que refletem diretamente no campo da Arqueologia Pública, mostrando a importância do conhecimento produzido pela Arqueologia e a dimensão pública deste na atualidade. Dessa forma, apresenta uma metodologia de análise destes artefatos baseada na idéia de tecnologia como construção social. Em seguida são apresentados os dados obtidos a partir da análise e as considerações acerca dos resultados conseguidos até o presente momento da pesquisa e propondo a ampliação desta com a análise da Coleção Frederico Barata, o que possibilitaria uma contextualização dessa cultura material para o Baixo Amazonas com perspectivas para o campo da arqueologia histórica e pré-histórica e das relações entre etnicidade e cultura material no que diz respeito às escolhas na confecção e/ou no uso desses objetos.