Amar - Verbo transitivo – O Homem e a sua hora: Inventário Etnográfico & Homoerótico em Mário Faustino
Homoafetividade; Mário Faustino; Interditos; Antropologia Social; Geografia Poética.
esta tese visa a investigar, na geografia poética e afetiva de Mário Faustino, mais precisamente em sua obra O Homem e a sua hora e em escritos dispersos, os interditos, os vetos, a invisibilidade, toda uma aparelhagem de proibições sociais acerca da homoafetividade do poeta e de que maneira, através de mecanismos tais como a erudição, a metaforização, o uso de elementos classicizantes, o autor escamoteava seu homoerotismo, afetando e sendo afetado diretamente por ditames heteronormativos binários e cerceadores. A pesquisa propõe, através de uma etnografia arquivista e, analisando a subjetividade como maquinaria linguística imprescindível às ciências sociais, trazer à baila os ecos de uma homossexualidade interditada, oprimida, silenciada, dilatando-a do micro ao macrossocial, do individual ao coletivo. Além dessa investigação, proponho uma breve história da homoafetividade na literatura paraense em Inglês de Souza, Dalcídio Jurandir, Haroldo Maranhão, Maria Lúcia Medeiros e em Luís Octávio Barata, objetivando à análise dos interditos não somente na literatura, mas em vistas ao próprio homoerotismo e seus reveses interditados. Para tanto, dialogo com Michel Foucault, Beatriz Sarlo, Walter Benjamin, Lília Chaves, Jorge Leite, Carmem Dora Guimarães, Roland Barthes, Judith Buttler, Denilson Lopes, Silviano Santiago, Edward McRae, Ítalo Morriconi, Jurandir Costa Freire, James Clifford, Michael Fischer, Pierre Bourdieu, dentre outros, para investigar a geografia poético-afetiva de Faustino, objetivando uma leitura não literária, ou melhor, não visando a uma pesquisa dentro, especifica e unicamente, da seara dos Estudos Literários, mas a uma análise fundamentalmente antropológica e em seus interesses acerca dos mecanismos sociais de silenciamentos e de proibições.