Trajetórias Feministas na UFPA: Luta, violência e memória entre mulheres
Feminismos; Mobilização Social na Amazônia; Memória; Histórias de vida.
A tese a ser defendida ao longo de todo o texto é a de que, apesar dos efeitos de apagamento produzidos pelo colonialismo interno brasileiro em relação às Amazônias, os feminismos na região não apenas existem como são multifacetados, polissêmicos e profundamente interventivos em relação aos contextos teóricos e políticos nos quais se desenvolvem. Para demonstrá-lo, me voltarei, em pesquisa de caráter etnográfico, para as trajetórias de 20 mulheres autodeclaradas feministas, vinculadas na condição de estudantes, professoras e egressas à Universidade Federal do Pará. As entrevistas com cada uma das interlocutoras somam, hoje, mais de 50 horas gravadas em áudio. Além deste material, acompanhei, ao longo dos anos de doutorado, diversos eventos, passeatas e reuniões na condição de observadora participante, compondo o escopo etnográfico da pesquisa. Em complementação a este material, também acessei fontes documentais relativas aos primeiros eventos de cunho feminista realizados na universidade, bem como monografias, livros e materiais didáticos produzidos por grupos de pesquisa situados na instituição.